Na África existem cerca de 490 etnias diferentes, o que produz um panorama variado entre arte tradicional, popular, contemporânea ou acadêmica. Exemplo disso são as máscaras utilizadas em rituais, festividades e cerimônias, apreciadas em museus metropolitanos e que influenciaram a obra de diversos artistas ocidentais, num complexo movimento que ora passa pela inspiração, ora pelo saque dos patrimônios culturais e apropriação.
No Teatro de Bonecos desse imenso continente, temos também uma incrível variedade de formas, seja numa dimensão comunitária, itinerante ou profissionalizada em festivais e eventos, que perpassa tanto o tradicional quanto o inovador.
A influência das culturas presentes no continente africano é imensa e diversa por todo o mundo, em especial no Brasil, por constituir uma matriz cultural.
Sabemos que os regimes coloniais foram os responsáveis pelo fluxo da imigração forçada pelo contexto de escravidão que aqui se instaurou a partir do século XVI e que, pela via da cultura, protagonizaram séculos de resistências que ressoam até o presente.
Nesta edição sobre o Teatro de Bonecos africano e afrodiaspórico, convidamos pesquisadores e artistas a escreverem e compartilharem seus estudos e reflexões a respeito das influências, no panorama mundial, desse conjunto de valores, crenças e modos de agir oriundo das culturas africanas.
TEATRO DE ANIMAÇÃO AFRICANO E AFRODIASPÓRICO – leia e faça download aqui.
EDITORIAL
Do racismo ambíguo às possibilidades antirracistas no ensino da arte e do teatro – Adriana Patrícia dos Santos, Aline Santana Martins, Fabiana Lazzari, Liliana Pérez Recio e Paulo Balardim, p. 10-21
DOSSIER TEMÁTICO
Werewere Liking, Vicky Tsikplonou e Adama Lucie Bacco: Mulheres artistas se apropriando do teatro de animação para empoderar mulheres na África Ocidental – Heather Jeanne Denyer, Tradução: Cae Linn Beck da Silva,p. 22-46
Máscara Mapiko de Moçambique –da terra ao palco – Mariana Conde Rhormens Lopes,p. 47-63
O que pode um boneco? Conversa com Basil Jones e Adrian Kohler –Handspring Puppet Company – Adrian Kohler, Basil Jones e Mario Ferreira Piragibe,p. 64-96
Patafísica do Apartheid – André Monteiro Pato,p. 97-111
SomBRafica: um relato de processo – Ronaldo Robles e Silvia Godoy, p. 112-146
O Desejo de Catirina: o auto do bumba meu boi da Cia Circense de Teatro e Bonecos – Ana Socorro Ramos Braga e Silvana Raposo Cartágenes, p.147-166
Mascaramento para encantar-se: o baiarafro-maranhense e a in(corporação) em cena – Vinicius Viana Ferreira,p. 167-180
Jogo de Máscara no Candomblé como guia estratégico em escrituras cênicas – Alisson Araújo de Almeida,p. 181-202



